PSICOPEDAGOGIA, UM ESTUDO SOBRE OS DESAFIOS DE
APRENDER, LER E ESCREVER
Monografia apresentada à Faculdade Mozarteum FAMOSP,
requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia
Clínica e Institucional.
A Deus e a minha família, que me apoiam no meu aperfeiçoamento
como docente e e como ser humano.
Rinaldo Volpiani (in memoriam) foi um grande pai, meu grande
inspirador.
Para conhecermos os amigos
é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a
quantidade e na desgraça a qualidade.
Confúcio
RESUMO
Este
trabalho apresenta pesquisas e algumas considerações sobre a Psicopedagogia e
os desafios de aprender, ler e escrever, além de sua importância no
desenvolvimento educacional. O objetivo é pesquisar sobre o sucesso e o
fracasso escolar. Nesta pesquisa o fracasso escolar é entendido como uma
situação em que se encontram determinados atores sociais nas sociedades
contemporâneas, nas quais se tornou um problema também social e econômico, além
de ser uma questão pedagógica e relacional.
Utilizamos
uma pesquisa qualitativa por meio de estudos, pesquisas numa bibliografia sobre
o assunto.
Os aspectos
principais é pesquisar as causas, visto que, o fracasso e o sucesso não foram
entendidos como fatos isolados, mas situações construídas ao longo da história
institucional, cultural, social, relacional e pessoal dos alunos, cujos
sentidos precisam ser explicitados.
Essa pesquisa
permite apresentar resultados que indicam a importância e a contribuição do trabalho do Psicopedagogo para o pleno desenvolvimento do educando.
Palavras chave: Psicopedagogia, Aprendizagem, Desenvolvimento, Contextos.
.
ABSTRATC
.
This paper presents research and some considerations on the Psychology
and the challenges of learning, reading and writing, as well a
s its importance in educational development. The goal is to research
the success and school failure. In this research school failure is understood
as a situation in which they are certain social actors in contemporary societies,
in which became a problem also social and economic, as well as being a pedagogical
and relational issue.
We used a qualitative research through studies,
research a bibliography on the subject.
The main features is to research the causes,
since the failure and success were not seen as isolated incidents,
but situations built along the institutional history, cultural, social,
relational and personal student, whose senses need to be made.
This search allows you to display results that
indicate the importance and Psicopedagógico the work of contributing to the full development of the student.
Keywords: Psychology, Learning, Development, Contexts.
SUMÁRIO
1 Introdução
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.............
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10
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2 Histórico da Psicopedagogia
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11
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3 A importância do Psicopedagogo
na escola
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17
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4 Visca postula que a
Psicopedagogia
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23
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5 Intervenção psicopedagógica
preventiva institucional
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15
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6 Metodologia
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22
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7 Contribuições
essenciais para o trabalho do psicopedagogo
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25
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8 Fatores que
influenciam o desenvolvimento humano
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26
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9 O ambiente natural e
o ambiente de desenvolvimento
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27
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10 Problemas
metodológicos inerentes ao estudo do desenvolvimento
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28
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11 Questões
importantes para o desenvolvimento
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30
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12 Fatores que
influenciam o desenvolvimento humano
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............
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31
|
13 Aspectos do
desenvolvimento humano
|
............
|
31
|
14 os estilos de
aprendizagem
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.............
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32
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15 Principais
abordagens de ensino
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.............
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33
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16 Conclusão
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42
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Bibliografia
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43
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Os pesquisadores entenderam o fracasso escolar como uma
situação em que se encontram determinados atores sociais nas sociedades contemporâneas,
nas quais tornou-se um problema também social
e econômico, além de ser questão pedagógica e relacional. Nesse sentido,
o fracasso e o sucesso não foram entendidos como fatos isolados, mas sim, como
situações construídas ao longo da história institucional, cultural, social,
relacional dos alunos, cujos sentidos precisavam ser explicitados. A pesquisa
buscou identificar elementos objetivos e subjetivos que permitissem melhor
compreender essas situações.
No que se refere ao conhecimento já disponível sobre o
sucesso e o fracasso escolar, os pesquisadores entendem que alguns princípios
já se encontram estabelecidos , como dentro e fora da escola , há desigualdade
de classe, de sexo, de cultura, etnia e raça.
As desigualdades origina-se em bases materiais, financeiras,
institucionais.
O objeto desta pesquisa é o combate ao fracasso escolar e
requer uma atuação contra a desigualdade social, a miséria, a fome, entre
outros. Teorias pedagógicas que desconhecem esses aspectos corre o risco de
cumprir a função ideológica e mistificadora, dar a entender que o problema do
fracasso seria resolvido se os alunos pobres e sua família se esforçassem.
Entretanto essas bases não podem explicar tudo.
A desigualdade escolar repousa sobre bases sociais
objetivas, mas produz os seus efeitos por intermédio de processos subjetivos.
Não é porque o aluno é pobre que ele fracassa, mas sim por não estudar o
suficiente.
A cadeia completa é, pobre luta para sobreviver, não estuda,
fracassa.
O problema contemporâneo do sucesso e fracasso escolar inclui-se
nessas tensões sociais estruturais e o que se refere à vida psíquica do
sujeito. O aluno é, ao mesmo tempoe, indissociavelmente, humano, social,
psíquico (CHARLOT,2000;2005).
1.
HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA.
Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na
Europa, em 1946, por J Boutonier e George Mauco, com direção médica e
pedagógica. Estes centros uniam conhecimentos da área de Psicologia,
Psicanálise e Pedagogia, onde tentavam readaptar crianças com comportamentos
socialmente inadequados na escola ou no lar e atender crianças com dificuldades
de aprendizagem apesar de serem
inteligentes(MERY apud BOSSA,2000,p.30).
Na França, surge George Mauco como fundador do primeiro centro médico psicopedagógico
onde se percebeu as primeiras tentativas de articulação entre Medicina,
Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução dos problemas de comportamento
e de aprendizagem (BOSSA,2000,p37).
Através dessa união, esperava-se conhecer a criança e o seu
meio, para que fosse possível compreender o caso e determinar uma ação
reeducadora, bem como diferenciar os que não aprendiam, apesar de serem
inteligentes, ou daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física,
ou sensorial.
A psicopedagogia teve uma trajetória significativa tendo
inicialmente um caráter
médico pedagógico, esta
articulação acima citada influenciou significativamente a Argentina, onde
aparece a figura de Alicia Fernández (apud Bossa, 2000,p.41).e Buenos Aires foi
a primeira cidade a oferecer o curso.
O Brasil recebeu contribuições para o desenvolvimento da
área psicopedagógica, de profissionais argentinos tais como: Sara Pain, Jacob
Feldmann, Ana Maria Muniz, Jorge Visca, dentre outros.
A
Psicopedagogia nasceu como ocupação empírica pela necessidade de atender as
crianças com dificuldades na aprendizagem, cujas causas eram estudadas pela
medicina e psicologia. Com o decorrer do tempo, o que inicialmente foi uma ação
subsidiaria dessas disciplinas, perfilou-se com um conhecimento independente e
complementar, possuidor de um objeto de estudo (o processo aprendizagem) e de
recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios (VISCA, 1987, p. 7).
Na Argentina, a
psicopedagoga tem um caráter diferenciado da Psicopedagogia no Brasil. São
aplicados testes de uso corrente, “alguns dos quais não sendo permitidos aos
brasileiros...” (Id., Ibid., p. 42), por ser considerado de uso exclusivo dos
psicólogos (cf. BOSSA, p. 58).
Os instrumentos empregados são
mais variados, recorrendo o psicopedagogo argentino, em geral, a provas de
inteligência, provas de nível de pensamento; avaliação do nível pedagógico;
avaliação; testes projetivos; testes psicomotores; hora do jogo psicopedagógico
(Id., Ibid., 2000, p. 42).
Esperava-se através
dessa união Psicologia - Psicanálise- Pedagogia, conhecer a criança e o seu meio,
para que fosse possível compreender a dificuldade de aprendizagem para
determinar uma ação reeducadora e, diferenciar os que não aprendiam, apesar de
serem inteligentes, daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física
ou sensorial.
Na literatura
francesa – que, como vimos, influencia as ideias sobre Psicopedagogia na
Argentina (a qual, por sua vez, influencia a práxis brasileira) – encontra-se,
entre outros, os trabalhadores de Janine Mery, a psicopedagoga francesa que
apresenta algumas considerações sobre o termo psicopedagogia e sobre a origem
dessas ideias na Europa, e os trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro
centro médico psicopedagógico na França (...), onde se percebeu as primeiras
tentativas de articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia,
na solução dos problemas de comportamento e de aprendizagem (BOSSA, 2000, p.
37).
No final do século
XIX educadores, psiquiatras e neuro -psiquiatras preocupavam-se com as variantes
que interferiam na aprendizagem e começaram a organizar novos métodos para a
educação infantil, desde então originou-se a Psicopedagogia.
Nos Estados Unidos
o movimento se desenrolava, porém a ênfase dada era maior nos aspectos médicos,
dando um caráter biológico à abordagem das dificuldades de aprendizagem.
Segundo Bossa (2000, p. 13):
As primeiras iniciativas para
atender crianças com dificuldades de aprendizagem se deram na França, onde o
atendimento era feito por profissionais da Medicina, Psicologia, Psicanálise e
Pedagogia. Na Argentina, a Psicopedagogia se torna atividade popular e
rotineira, sendo desenvolvida na rede pública de ensino.
A Psicopedagogia no
Brasil surge com a influência da Argentina, devido à proximidade geográfica e a
presença de psicopedagogos ministrando cursos em nosso país. Na prática do
psicopedagogo, ainda hoje é comum receber no consultório crianças que já foram
examinadas por um médico, por indicação na escola. (Id., Ibid., 2000, p. 50).
Para Bossa (2000, p. 23):
A Psicopedagogia nasceu de uma
melhor compreensão do processo de aprendizagem e se tornou uma área de estudo
específica que busca conhecimentos em outros campos. Ocupa-se do processo de
aprendizagem humana: seus padrões de desenvolvimento e a influência do meio nesse
processo.
No Brasil os
primeiros cursos e experiências psicopedagógicas surgiram na década de 70,
cujas dificuldades de aprendizagem eram associadas a uma disfunção cerebral
mínima (DCM).
A Psicopedagogia
foi introduzida aqui no Brasil baseada nos modelos médicos de atuação e foi
dentro desta concepção de problemas de aprendizagem que se iniciaram, a partir
de 1970, cursos de formação de especialistas em Psicopedagogia na Clínica
Médico-Pedagógica de Porto Alegre, com a duração de dois anos (Id., Ibid.,
2000, p. 52). De acordo com Visca:
A Psicopedagogia foi inicialmente
uma ação subsidiada da Medicina, da Psicologia, perfilando-se posteriormente
como um conhecimento independente e complementar, possuída de um objeto de
estudo, denominado de processo de aprendizagem, e de recursos diagnósticos,
corretores e preventivos próprios (VISCA apud BOSSA, 2000, p. 21)
Com esta visão de
uma formação independente, porém, complementar, destas duas áreas, o Brasil
recebeu contribuições para o desenvolvimento da área psicopedagógica, de
profissionais argentinos. Temos o professor argentino Jorge Visca como um dos
maiores contribuintes da difusão psicopedagógica no Brasil. Visca propõe o
trabalho com a aprendizagem utilizando-se de uma confluência dos achados teóricos
da escola de Genebra, em que o objeto de estudo são os níveis de inteligência,
com as teorizações da psicanálise sobre as manifestações emocionais que
representam seu interesse predominante (VISCA, 1991, p. 66).
Visca implantou
CEP’s no Rio de Janeiro, São Paulo, capital e Campinas, Foz do Iguaçu e muitos
outros (cf. BARBOSA, 2002, p. 14)
Sampaio confirma
que o Brasil recebeu influências tanto americanas, quanto européias, através da
Argentina. Para Bossa (2000, p. 18):
A Psicopedagogia no Brasil, há
trinta anos, vem desenvolvendo um quadro teórico próprio. É uma nova área de
conhecimento, que traz em si as origens e contradições de uma atuação
interdisciplinar, necessitando de muita reflexão teórica e pesquisa.
De acordo com Bossa
e Alves, a Psicopedagogia é um campo no qual floresceu o conceito de sujeito
autor, é uma área de estudo interdisciplinar que olha para o sujeito como um
todo no contexto no qual está inserido, que estuda os caminhos do sujeito que
aprende, adquire, elabora e transforma um saber o conhecimento, levando em
conta as realidades interna e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto.
Ainda conforme os autores, a Psicopedagogia é um corpo de conhecimentos
estruturada de diferentes maneiras, se ocupa da aprendizagem humana: como se
aprende, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las,
tratá-las e preveni-las.
No Brasil, de
início, a prática psicopedagógica estava restrita aos consultórios e às
clinicas onde eram tratadas individualmente as crianças com problemas de
aprendizagem – após cuidadoso diagnóstico, fazia-se a intervenção com o
objetivo de devolver no sujeito o desejo e a possibilidade de aprender.
Atualmente, o
espaço para a Psicopedagogia se amplia. Cresce o número de instituições
escolares, hospitais e empresas que contam com a atuação do psicopedagogo. Ele
houve e discute os assuntos da escola, propõe mudanças, elabora propostas
educativas, aprimora e cria metodologias e estratégias que garantem melhor
aprendizagem, colabora na formação dos professores, possibilitando a ampliação
de seus conhecimentos sobre o aluno. Nas instituições de saúde, o atendimento
psicopedagógico se faz como uma alternativa de apoio ao paciente interno
visando diminuir o impacto causado pela doença. Nas empresas, o psicopedagogo
atua desenvolvendo criatividade e a melhoria das relações, no desenvolvimento e
avaliação de projetos, propondo e coordenando cursos de atualização. A
Psicopedagogia cresce, constituindo seu próprio saber teórico.
A Psicopedagogia desde a década de 60, para
tentar auxiliar o grande número de crianças que apresentava fracassos
escolares, com o intuito de avaliar, observar, investigar, qual realmente a
necessidade das crianças e seus anseios frente à escola ou mesmo a família.
Conforme Bossa, “A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor
compreensão do processo de aprendizagem...” (BOSSA,
2000, p. 23).
Sendo a escola responsável por
grande parte da formação de cidadãos, o psicopedagogo junto às instituições tem
caráter de prevenir, ou seja, procurar sempre que possível criar habilidades e
competências para a solução de eventuais problemas.
No âmbito do trabalho
preventivo cabe ao psicopedagogo auxiliar o grupo pedagógico e esclarecer as
áreas que refletem na aprendizagem escolar tais como: linguagem, cognitivo,
afetivo, emocional, motor para que juntos organize atividades dando
oportunidade de aprendizagem a todos de forma integral observando sempre o
nível no qual o aluno encontra-se.
Já o trabalho clínico tem por
finalidade não apenas buscar compreender o porquê da criança estar apresentando
tal dificuldade de aprendizagem, mas o que caracteriza essa dificuldade? O que
pode aprender? E como aprende?
Conforme Weiss (2003) “O
objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os desvios e os
obstáculos básicos no modelo de aprendizagem do sujeito que impedem de crescer
na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social” (2003, p. 32).
Partindo então do diagnóstico,
onde nesse momento se faz a leitura da realidade da criança para que se possa
proceder com a intervenção e se possa proceder com o encaminhamento caso acha
necessidade.
A Psicopedagogia é:
“É uma nova área de
conhecimento, que traz em si as origens e contradições de uma atuação
interdisciplinar, necessitando de muita reflexão teórica e pesquisa” (BOSSA, op.cit, p.13).
A Psicopedagogia se ocupa da
aprendizagem humana, o que adveio de uma demanda – o problema de aprendizagem,
colocando num território pouco explorado, situado além dos limites da
Psicologia e da própria Pedagogia e evolui devido a existência de recursos,
para atender esta demanda, constituindo-se assim, numa prática. Como se
preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do
processo de aprendizagem. Portanto vemos que a Psicopedagogia estuda as
características da aprendizagem humana: como se aprende, como esta aprendizagem
varia evolutivamente está condicionada por vários fatores, como se produzem as
alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este objeto
de estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo (Idem,
p. 21).
Sendo assim a Psicopedagogia
veio para melhor comprometida na transformação da realidade escolar,
possibilitando a análise reflexiva junto ao grupo pedagógico, com a intenção de
superar os obstáculos que se interpõem, sendo colaboradora na transformação e
no progresso da humanidade.
A importância do psicopedagogo na
escola
Qualquer escola precisa ser
organizada sempre em função da melhor possibilidade de ensino e ser
permanentemente questionada para que seus próprios conflitos não resolvidos,
não apareçam nas salas de aula sob a forma de distorções do próprio ensino.
Nessas situações fica o aluno (o aprendente) como depositário desses conflitos
e consequentemente, apresenta perturbações em seu processo de aprendizagem
(BLEGER, 1960, apud WEISS, 2004, p.19).
Faz necessário um trabalho
preventivo do psicopedagogo escolar onde esse irá assumir o papel de mediador
criando competência e habilidade educativa de forma geral, com a preocupação em
ampliar espaços de escritas não somente com a equipe escolar como também com a
família.
Embora seja pouco valorizado o
psicopedagogo tem um papel fundamental na escola, onde através da prevenção e
de capacitações irá reconhecer e valorizar o professor e o aluno indo além dos
muros, resgatando a cidadania prevalecendo sempre o respeito e a ética.
Conforme Beauclair “... a psicopedagogia amplia referenciais e se propõe a
interrogar, pesquisar, e propor alternativas para tal, buscando nos
aspectos sociais, familiares , cognitivos, intelectuais, emocionais.Através das
brincadeiras e diferentes métodos, o psicopedagogo irá fazer a intervenção, com
o objetivo de sempre poder contribuir na solução das dificuldades.
Faz-se necessário estimular as
crianças para que façam uso de sua imaginação podendo: dialogar, criar,
inventar, etc., para que através de diversas descobertas concretas, venham a
desenvolver a sua auto estima e o senso crítico, tornando as mais confiantes no
seu dia a dia.
Sendo de suma importância o
psicopedagogo na escola, onde este irá contribuir para o melhor desenvolvimento
e desempenho de todos e compreender como ensinar supõe seu significado e a
extensão de sua organização, de seu desenvolvimento e de sua avaliação. Em
outras palavras, supõem compreender que a escola, para cumprir a sua função
pedagógica explicita de transmitir um saber científico sobre o mundo que
organiza, desenvolve e avalia o ensino por meio de ações implícitas que são
estabelecidas entre os elementos envolvidos ao principal foco o sujeito.
Sujeito que pensa, sente, inquieta-se e deseja, na busca constante de novos
saberes.
Onde através de trocas
de experiências favorecerá a interação e se precisar fornecerá orientações
metodológicas verificando sempre a necessidade do grupo.
Por tanto a ação do
psicopedagogo deverá sempre ser em conjunto, onde deverá respeitar a
singularidade de cada um e lidar com as possíveis resistências.Sendo assim,
jamais a ação do psicopedagogo poderá ser isolada, pois este não é o dono do
saber e o maior objetivo da psicopedagogia é poder: somar, multiplicar e
dividir os conhecimentos para ampliar a produção onde irá envolver as
competências, cognitivas, transformando não só a escola como também a família.
Visca postula
que a Psicopedagogia
Nasceu como
ocupação empírica pela necessidade de atender as crianças com dificuldades na
aprendizagem, cujas causas eram estudadas pela medicina e psicologia. Com o
decorrer do tempo, o que inicialmente foi uma ação subsidiaria dessas
disciplinas, perfilou-se com um conhecimento independente e complementar,
possuidor de um objeto de estudo (o processo aprendizagem) e de recursos
diagnósticos, corretores e preventivos próprios (VISCA, 1987, p. 7).
Sendo a escola responsável por
grande parte da formação de cidadãos, o psicopedagogo junto às instituições tem
caráter de prevenir, ou seja, procurar sempre que possível criar habilidades e
competências para a solução de eventuais problemas.
No âmbito do trabalho
preventivo cabe ao psicopedagogo auxiliar o grupo pedagógico e esclarecer as
áreas que refletem na aprendizagem escolar tais como: linguagem, cognitivo,
afetivo, emocional, motor para que juntos organize atividades dando
oportunidade de aprendizagem a todos de forma integral observando sempre o
nível no qual o aluno encontra-se.
Já o trabalho clínico tem por
finalidade não apenas buscar compreender o porquê da criança estar apresentando
tal dificuldade de aprendizagem, mas o que caracteriza essa dificuldade? O que
pode aprender? E como aprende?
Conforme Weiss (2003) “O
objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os desvios e os obstáculos
básicos no modelo de aprendizagem do sujeito que impedem de crescer na
aprendizagem dentro do esperado pelo meio social” (2003, p. 32).
Partindo então do diagnóstico,
onde nesse momento se faz a leitura da realidade da criança para que se possa proceder
com a intervenção e se possa proceder com o encaminhamento caso acha
necessidade.
De acordo que verifiquei neste
trabalho onde nos é apresentado que a Psicopedagogia é:
“É uma nova área de
conhecimento, que traz em si as origens e contradições de uma atuação
interdisciplinar, necessitando de muita reflexão teórica e pesquisa” (BOSSA, op.cit, p.13).
A Psicopedagogia se ocupa da
aprendizagem humana, o que adveio de uma demanda – o problema de aprendizagem,
colocando num território pouco explorado, situado além dos limites da
Psicologia e da própria Pedagogia e evolui devido a existência de recursos,
para atender esta demanda, constituindo-se assim, numa prática. Como se
preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do
processo de aprendizagem. Portanto vemos que a Psicopedagogia estuda as
características da aprendizagem humana: como se aprende, como esta aprendizagem
varia evolutivamente está condicionada por vários fatores, como se produzem as
alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este
objeto de estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo (Idem,
p. 21).
Sendo assim a Psicopedagogia
veio para melhor comprometida na transformação da realidade escolar,
possibilitando a análise reflexiva junto ao grupo pedagógico, com a intenção de
superar os obstáculos que se interpõem, sendo colaboradora na transformação e
no progresso da humanidade.
Intervenção psicopedagógica preventiva institucional
Bossa (2000) propõe três níveis de intervenção
psicopedagógica.
No primeiro nível, o psicopedagogo atuaria junto aos
processos educativos visando evitar os possíveis problemas de aprendizagem.
Para tanto, se propõe que se considere as questões didpatico-pedagógicas, e
também a formação e orientação de professores, além do aconselhamento aos pais.
No segundo nível, a finalidade está em reduzir e tratar os problemas de aprendizagem, com uma
proposta de de elaboração de um diagnóstico da realidade institucional, com a
elaboração de planos de intervenções.
No terceiro nível, o objetivo consiste na eliminação de
transtornos instalados, com caráter preventivo, para evitar o
aparecimento de outros problemas, e
minimizar as decorrências dos problemas, e prevenir o surgimento de
consequências.
Fagali e Vale (1994) propõe alternativas como a revisão de
programas curriculares das
instituições, a articulação dos mesmos
aos aspectos afetivo- cognitivos, .bem como a forma de trabalhar os conteúdos
programáticos, a elaboração de diversos materiais para uso do próprio aluno de
forma a integrar o raciocínio, a afetividade, a cognição, o conhecimento.
A intervenção pedagógica preventiva, toma como referencial a
ação curricular e os aspectos afetivo-cognitivos dos aprendizes, se torna
evidente a necessidade do desenvolvimento de práticas que sensibilizam os
docentes sobre reflexão crítica de concepções de educação; organização e
seleção de conteúdos de ensino, metodologia e avaliação.
Tudo isso enfatizando a importância de se considerar os
vínculos afetivos - emocionais, como possíveis elementos facilitadores do
processo ensino aprendizagem.
A etapa de avaliar, ou seja, a avaliação psicopedagógica
deverá anteceder a toda e qualquer proposta de intervenção, seja clínica ou
institucional.
As avaliações deverão considerar as atitudes do educando ao
assistirem as aulas, durante os intervalos e recreios, nas atividades extra
classe, nos relacionamentos, com os colegas e demais atores da escola.
Devem considerar também, a adequação dos materiais
didáticos, a proposta pedagógica, da metodologia, da avaliação, associadas as
entrevistas com professores.
No Brasil os recursos mais utilizados, têm sido entrevistas,
as observações, os inventários, as pesquisas, as dinâmicas grupais e em
especial os jogos pedagógicos.
Contudo a ação psicopedagógica preventiva deverá considerar
a subjetividade do aluno, bem como, as particularidades de cada situação, além
dos fatores que a permeiam.
Objetivos de professores que também são psicopedagogos.
1- Caracterizar
o professor -psicopedagogo, a partir de alguns dados pessoais.
2- Identificar
a instituição em que estes professores
estão atuando;
3- Descrever
a prática cotidiana do professor- psicopedagogo;
4- Verificar
a opinião dos entrevistados sobre influências da formação inicial na prática
psicopedagógica;
5- Verificar
os trabalhos de intervenção psicopedagógica preventiva e os procedimentos de
diagnósticos mais utilizados;
6- Descrever
as propostas de intervenção psicopedagógica considerada como bem sucedida;
7- Identificar,
segundo os participantes, as contribuições da psicopedagogia institucional
preventiva, os seus desafios e suas sugestões, para obtenção de melhorias na
prática psicopedagógica.
Metodologia
Visando atingir os objetivos propostos, o ideal é buscar uma
trajetória metodológica, dos relatos e das ações, descrever limites e as
possibilidades da prática cotidiana do professor psicopedagogo.
Necessário é usar como referencial, um questionário semi
estruturado, além da análise qualitativa para os dados obtidos.
São pré-testes com
dois psicopedagogos, para validar o instrumento.
Partindo do referencial de que os professores
–psicopedagogos utilizam nas aulas práticas, materiais concretos, recorremos a
Lorenzatto(2006), que se refere aos materiais concretos como recursos didáticos
que agem diretamente no processo de ensino e aprendizagem e ressaltar a importância de um trabalho com
uma grande variedade de materiais concretos. Bem como a exploração de
atividades diversas com um mesmo tipo de
Visca apoiada em sólidos referenciais teóricos e que ao
exercê-la, não se limite ao ensino de
língua portuguesa e matemática.
Outras ações pesquisadas e consideradas importantes são a
escolha do material didático, não como o principal instrumento , mas que o
docente tenha a sensibilidade de trabalhar diferentes materiais e diversos
procedimentos metodológicos.
A avaliação diagnóstica, utilizada para situar o aluno,
frente as diferentes áreas de conhecimento, tornando a aprendizagem mais real e
significativa.
Visca (2002) se refere a psicopedagogia, como uma área de
conhecimento que favorece inter-relações com outras áreas, não deverá se
prender somente a busca de respostas que envolvam a questão cognitiva, mas na
interação dos vários fatores, dentre eles os de origem cognitiva, afetiva,
emocional, social, familiar, neurológica, que estão as respostas mais precisas
e coerentes ás questões de aprendizagem.
Uma tendência é utilizar jogos como um dos recursos mais utilizados para o
diagnóstico visando um trabalho preventivo.
Além de brincadeiras, os desenhos, as produções escolares,
os questionários para entrevistas coma família, a observação, o olhar e a
escuta psicopedagógica, o inventário com os registros dos dados.
Outros procedimentos citados como atividades lúdicas,
atividades de matemática, representações, dramatização, desenho, brincadeiras, entrevistas
com os alunos e a observação e a avaliação dinâmica do potencial da
aprendizagem LPAD, proposto por Reuven Feuertein, se refere Programa de
Enriquecimento Curricular, PEI, que dentre outras questões compreende um
trabalho de avaliação do potencial cognitivo.
Alguns lançam vários procedimentos como notícias de jornais
e revistas; atividades que envolvem o uso da visão, da audição, de coordenação
motora grossa e fina; histórias clássicas e em quadrinhos.
Segundo Rubinstains e colaboradores (2004), as práticas
avaliativas e de intervenção psicopedagógica são extremamente variadas no
Brasil, uma vez que os psicopedagogos ancorados em suas formações, em seus
referenciais teóricos, desenvolveram um estilo próprio de avaliações e
intervenção pedagógica.
Explicitam que apesar das particularidades, podemos
encontrar pontos comuns na prática psicopedagógica brasileira.
As pesquisas de educadores franceses Hétu e Carbonneuau
(2002), que dentre outras questões apontam que uma das atuais contribuições da
psicopedagogia institucional reside em auxiliar na reflexão individual e do
grupo, sobre a prática dos docentes e sobre a adequação e diversidade dos
projetos da instituição. Essa diversidade se refere aos projetos
institucionais, objetivos esperados, interesses e necessidades dos alunos, seus
possíveis limites e suas possibilidades, seus vínculos afetivos, emocionais,
familiares e mais recentemente as situações de violência por eles enfrentados.
A coerência entre a teoria e a prática, é o elemento
essencial que irá fundamentar as ações psicopedagógicas. Isto talvez se
constitua em um dos maiores desafios da psicopedagogia, resgatar a concepção de
educação e sensibilizá-lo para sua importância no trabalho de diagnóstico e
intervenção junto a seus alunos.
Um dos fatores não citados nesta pesquisa é o excessivo
número de alunos por sala de aula, é uma queixa de se fazer uma trabalho de
melhor qualidade.
CONTRIBUIÇÕES ESSENCIAIS PARA O TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO
1- Os
cursos de especialização em psicopedagogia passem a considerar uma proposta
voltada o trabalho do professor psicopedagogo, investindo na preparação de seus
alunos também para este tipo de atuação.
2- Os
professores psicopedagogos sejam incentivados a construir instrumentos próprios para uma melhor investigação das
situações apontadas como dificuldades no processo de ensino aprendizagem. Esses
instrumentos deveriam considerar a proposta pedagógica da escola, o material
didático, o próprio trabalho do professor psicopedagogo, as expectativas do
aluno, da família, os relacionamentos familiares, a estabilidade afetivo
emocional.
3- A
auto avaliação da própria atuação dos professores psicopedagogos seja uma
prática constante, assim como a realização de atividades que desenvolvem
construção e a formação da autonomia e de um auto conceito positivo por parte
do aluno.
4- A
atuação do professor psicopedagogo seja registrada em fóruns especiais,
produzindo material cientificamente qualificado, com consequente aumento nas
publicações.
FATORES QUE INFLUENCIAM O
DESENVOLVIMENTO HUMANO
O entendimento de traços psicológicos humanos como produto e
instrumento da seleção natural tem implicações conceituais e metodológicas e
torna necessária uma investigação que leve em conta mais do que as variáveis
envolvidas na história específica de desenvolvimento individual. Altera-se a
concepção do que seja o ambiente ideal de desenvolvimento, uma vez que, sendo
assim, ele deve ser pensado à luz da natureza humana.
Se a criança for
concebida como apta a uma aprendizagem generalizada, a escola pode ser
planejada de uma maneira; se for compreendida como tendo predisposições
naturais para aprender de modo predeterminado, com períodos sensíveis e
inserida dentro de um contexto sócio-afetivo, a escola deve ser organizada de
modo a atender a estas características infantis. Ganham importância os estudos
comparativos entre espécies e entre os vários grupos culturais humanos, na
medida que podem elucidar origens evolutivas e abrir os olhos do investigador
para hipóteses a respeito da funcionalidade adaptativa e dos fatores
determinantes do desenvolvimento ontogenético.
Deve se notar que a
perspectiva modifica os estudos de desenvolvimento em si mesmos, na medida em
que outros tipos de recorte e de hipóteses explicativas devam entrar em ação
(Bussab, 1996). Cada um destes tópicos permite elaborações e desdobramentos, o
que será apresentado a seguir. Sempre que for o caso, serão utilizados exemplos
relacionados à origem e ao desenvolvimento das vinculações afetivas.
O traço humano do apego presta-se a estas considerações
pois, desde as investigações clássicas de Bowlby (1969/1984), vem sendo
evidenciado como um impulso primário, para o qual crianças e adultos apresentam
predisposições naturais típicas. Estudos filogenéticos e comparativos têm
também fornecido indicadores compatíveis com esta ideia.
O AMBIENTE NATURAL E O AMBIENTE DE
DESENVOLVIMENTO
A consideração do ambiente evolucionário natural em que o
comportamento foi selecionado assume papel importante, na medida em que esse
abriga as condições que foram essenciais para a evolução e que são essenciais
para o desenvolvimento do traço. O ambiente natural abrange mais do que o
ambiente físico; a bem da verdade, no caso humano, é formado de modo essencial
pelo grupo social, constituindo-se num ambiente ao mesmo tempo social, afetivo
e cultural. Em decorrência da perspectiva evolucionária, possíveis contrastes
do ambiente natural com o ambiente atual de desenvolvimento do indivíduo devem
ser considerados cuidadosamente. Esta concepção torna mais complexo o conceito
de adequação do ambiente: melhor dizendo, exige a busca da lógica evolutiva e
não a aplicação de qualquer outra. Modifica também a ideia de ajustamento
individual.
O modo de vida
caçador- coletor predominou por mais de 99 por cento da evolução humana; pode,
por este motivo, ser considerado o berço evolutivo do Homo Sapiens, ou seja, o
contexto no qual o homem moderno foi selecionado e para o qual exibe adaptações
naturais.
Daí o interesse nos
escassos estudo das sociedades caçadoras coletoras contemporâneas. Por exemplo,
os estudos sobre o desenvolvimento de apego entre estes povos são bastante
sugestivos da rede afetiva humana básica, das condições ontogenéticas e do
valor adaptativo do apego (Bruner, 1976, Konner, 1981; Sorenson, 1979). A
criança convive intensamente com um grupo social estável, uma família estendida
de cerca de 30 pessoas, e tem, de sobra, oportunidades de interação social, de
estabelecimento de vínculos e de brincadeira exploratória com acesso direto ao
mundo adulto.
PROBLEMAS METODOLÓGICOS INERENTES AOS
ESTUDOS DO DESENVOLVIMENTO
A questão do
estabelecimento do estilo de apego dá margem para uma série de discussões
ilustrativas de problemas metodológicos no contexto de uma abordagem
interacionista. Desde os trabalhos clássicos de Ainsworth (1982), tem sido
demonstrado que um apego seguro depende de um grau ótimo de estimulação
interativa , de um parceiro previsível, contingente e ajustado. Tem sido
irresistível para os estudiosos do desenvolvimento do apego atribuir uma
relação causal entre o tipo de relacionamento mãe, bebê nos primeiros meses e o
estilo de apego da criança a partir do primeiro ano -, com base nas correlações
significativas que têm sido constatadas. Inúmeras pesquisas têm demonstrado que
o tipo de apego, seguro ou inseguro, depende da sensibilidade da mãe aos sinais
do bebê (como por exemplo, Pederson, Moran, Sitko & Campbell, 1990) e do
ajuste interacional ou sincronia mãe-bebê (como por exemplo, Isabela &
Belsky, 1991). Apesar da maciça demonstração, este indicador tem comportado
algumas críticas. Algumas delas com base na ambigüidade intrínseca das
correlações. Harris (1998) elabora uma crítica severa à interpretação dos
estudos correlacionais característicos da área de desenvolvimento,
especialmente com base na desconsideração de fatores hereditários presentes na criança.
Comenta, por exemplo, que a aparente falta de envolvimento das mães de crianças
autistas, em geral vista como causa, poderia ser uma consequência das
características da criança de origem genética.
De um modo geral,
diferenças nos comportamentos sociais das crianças têm sido entendidas como
decorrentes de diferenças nos cuidados dos pais (Eckerman, 1996).
Evidentemente, tais interpretações têm se apoiado em resultados estatísticos de
correlações significativas. Embora o dado correlacional não acarrete nenhuma
indicação de direcionalidade do efeito, tem parecido quase óbvio que o tipo de
tratamento recebido dos pais seja o fator mais relevante na determinação do
desenvolvimento. São mais recentes as pesquisas com recém nascidos,
reveladoras, por exemplo, da importância adicional do temperamento da criança,
que poderia representar um fator explicativo alternativo. Os riscos destas
análises estão relacionados a: 1) prevalecimento da explicação mais em voga,
sem levar em conta hipóteses alternativas compatíveis com os mesmos resultados;
2) valorização dos resultados favoráveis e desconsideração dos resultados
inconsistentes com a hipótese em questão, sendo estes últimos facilmente
atribuíveis a problemas metodológicos. O estudioso do desenvolvimento está muitas
vezes confinado a análises correlacionais que podem ser esclarecedoras do
fenômeno.
A rigor, contudo,
necessita disciplinar-se no exercício de investigar as diversas explicações
possíveis e de se aprofundar na análise de inconsistência de resultados, seja
dentro de sua própria pesquisa, seja entre diferentes investigações. A
consideração de alguns resultados inconsistentes tem levado a uma investigação
mais sistemática do efeito de outros fatores, tais como o temperamento do bebê
e as características emocionais da mãe (como por exemplo, em Mangelsdorf,
Gunnar, Kestenbaum, Lang & Andreas, 1990).
Finalmente, o
desenvolvimento do apego passou a ser concebido como um processo de regulação
mútua, embora ainda assim assimétrica (Maccoby, 1991). Durante algum tempo,
superestimou-se o papel do adulto, apesar do reconhecimento já bem estabelecido
do bebê como um parceiro ativo nas trocas interacionais que culminam com o
estabelecimento do apego. Mas pode ser um erro, corrigir esta tendência,
atenuando excessivamente este papel.
QUESTÕES IMPORTANTES PARA O
DESENVOLVIMENTO
Três questões importantes dizem respeito à natureza do
desenvolvimento.
1- O
desenvolvimento ocorre através da acumulação gradual de conhecimentos ou por
turnos de uma fase de reflexão para o outro.
2- Outra
questão diz respeito, a saber, se as crianças nascem com conhecimento inato ou
valor as coisas através da experiência.
3- Uma
terceira área diz respeito a investigação e análise de contexto social que
afetam o desenvolvimento.
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
HUMANO
Vários fatores
não associaodos e em constante interação afetam todos os aspectos do
desenvolvimento, são eles:
1- Hereditariedade-
a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não se desenvolver.
2- Crescimento
orgânico- refere-se ao aspecto físico.
3- Maturação
neurofisiológica- é o que torna possível determinado padrão de comportamento.
4- Meio
– o conjunto de influências e estimulações ambientais que alteram os padrões de
comportamento do indivíduo.
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
O desenvolvimento humano deve ser entendido como uma
globalidade, mas para efeitos de estudo, tem sido abordado a partir de quatro
aspectos básicos que se relacionam permanentemente.
1-
Aspectos físico motor- refere-se ao crescimento
orgânico, á maturação neurofisiológica, à capacidade de manipulação de objetos
e de exercícios do próprio corpo.
2-
Aspecto intelectual- é a capacidade de
pensamento e raciocínio.ex a criança que puxa um brinquedo com um cabo de
vassoura, embaixo de um móvel.
3-
Aspecto afetivo - emocional- é o modo particular de o indivíduo integrar
suas experiências. É sentir a sexualidade fazendo parte desse aspecto.
4-
Aspecto social – É a maneira como o indivíduo
reage diante das situações
que envolvem outras pessoas.
Ex em um grupo
de crianças no parque, é possível observar algumas que espontaneamente buscam
outras para brincar, e algumas que permanecem sozinhas.
A aprendizagem é um processo pessoal,
gradual e interativo.
Os
estilos de aprendizagem
São maneiras que uma pessoa
utiliza para conseguir aprender o que lhe é proposto. Tais estilos são únicos e
pessoais, pois cada pessoa apresenta facilidade com um determinado estilo e
dificuldade em outros.
São sete os estilos de aprendizagem identificados:
1-- aprendizagem física,
2- interpessoal,
3 - intrapessoal,
4- linguística,
5- matemática,
6- musical ,
7- visual.
A aprendizagem física pode ser realizada
através de movimentos corporais como em recitais e teatros. A aprendizagem
interpessoal pode ser realizada através de assuntos voltados para o meio
externo como forma de estímulo. A aprendizagem intrapessoal pode ser realizada
através de atividades individuais que exigem concentração para se pensar numa
atitude antes de tê-la. A aprendizagem linguística pode ser realizada através
de leituras e explicações faladas. A aprendizagem matemática pode ser realizada
através de raciocínios lógicos e critérios impessoais. A aprendizagem musical
pode ser realizada através de tópicos que utilizam a música e sons diferentes.
A aprendizagem visual pode ser realizada através da iniciação à imagens,
pinturas e tudo aquilo que instiga a visão.
Pensando nesses estilos de
aprendizagem deve-se detectar o estilo de cada aluno dentro de uma sala de aula
para que estes possam desenvolver-se e entender o que está sendo proposto de
maneira mais fácil.
Esses estilos de aprendizagem justificam a
utilização de música, dança, encenações, jogos, atividades extraclasse no
processo de ensino, pois deve-se buscar a identificação de cada aluno em
determinadas atividades para que seja destacada a sua habilidade e seu estilo
de aprendizagem.
PRINCIPAIS ABORDAGENS DE ENSINO
ABORDAGEM OBJETIVISTA
As informações são apresentadas
aos alunos pelos professores .
Há ênfase no diretivismoe em
decisões tomadas para o aluno. O conteúdo a ser ensinado é transmitido e visa
objetivos e habilidades que levem a competência.
Os alunos são tidos como produtos do
meio e são reativos a ele.
Devem ser capazes de repetir as
informações transmitidas, evidenciando ao professor o seu aprendizado.
Reconhece –se a funcionalidade do reforço positivo a cada passo do aluno,
fornecendo feedback e elogios a cada acerto no sentido de modelar seu
comportamento para o propósito educacional que se deseja atingir.
Assim
como percebe-se que a possibilidade de punição influencia em muito as atitudes
da maioria dos estudantes, que estudam em função de evitá-la.
O ensino tradicional das salas de
aula utilizou-se basicamente deste método, colocando o professor como o dono do
saber e o aluno um recipiente das informações direcionadas a ele.
ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA
Considera o conhecimento como uma
construção contínua, fruto de interações entre os objetos do meio e o sujeito.
Os alunos são vistos como
participantes ativos no processo de troca de informação.
Os professores se limitam a
definir um grupo de tarefas e colocar a disposição algumas sugestões de
conteúdos, mas são os alunos que através de pesquisas e discussões constroem o
seu conhecimento. Um processo de educação que parte dos conceitos cognitivistas
é aquele que procura provocar nos alunos, constantemente busca de novas
soluções, criando situações que exijam o máximo de exploração por parte deles e
estimulando as novas estratégias de compreensão da realidade.
Faz uso de trabalhos em grupo,
deixando que os alunos se agrupem espontaneamente se guiem por um tema problema
de seu real interesse, cooperando entre si.
Quanto ao professor, este evita
rotina, e sim, estimula a pesquisa e a autonomia por
parte dos alunos, propondo problemas sem ensinar-lhes as soluções.
Atua
como coordenador, levando o aluno a trabalhar o mais independente possível.
Este método pode ser utilizado na modalidade presencial, muito comum em
trabalhos de pesquisa em grupo, feiras de ciências,e na modalidade de EAD
baseada na WEB, em que alunos colaboram entre si na construção de seu
conhecimento a partir de ambientes educacionais colaborativos e
groupeware (software para grupo).
ABORDAGEM TRADICIONAL
A Abordagem Tradicional de ensino não é
fundamentada em teorias empiricamente validadas, é fundamentada em uma pratica
educativa e na sua transmissão no decorrer dos anos. Portanto trata-se de uma
concepção e uma prática educacionais que persistiram ao longo dos anos, em suas
diferentes formas e que passaram a fornecer um quadro referencial para todas as
demais abordagens que a ela se seguiram.
Ë caracterizada por ser muito rígida e
centrada no professor onde o aluno apenas escuta as prescrições que lhes são
fornecidas por autoridades exteriores.
Na concepção tradicional, o homem é
considerado como um homem acabado, “pronto” e o aluno um “adulto em miniatura”
que precisa ser atualizado.
E um tipo de abordagem na qual os
padrões são muito respeitados, o que é diferente é muito discriminado, por
exemplo: não se aceitava que as crianças escrevessem com a mão esquerda, para
se ter uma ideia da discriminação quem não escrevia com a mão direita era
chamado de sinistro. Durante as aulas as carteiras deveriam estar sempre em
perfeita ordem e bem alinhadas.
Homem: É um receptor passivo das informações que lhes são
fornecidas, não tem o direito de se expressar. Para os tradicionalistas o homem
é considerado como uma espécie de tabula rasa, na qual são
expressas progressivamente, imagens e informações fornecidas pelo ambiente.
O homem era um mero receptáculo de
informações.
Mundo: A realidade é algo que será transmitido ao indivíduo
principalmente pelo processo de educação formal, além de outra agências, tais
como família, Igreja. O mundo nesta abordagem é considerado externo ao
indivíduo e este irá se apossando gradativamente de uma compreensão, a medida
que se defronta com modelos.
Sociedade - Cultura: Os tipos de sociedade e de cultura podem ser os mais
variados na utilização deste tipo de ensino. O objetivo de ensino geralmente
está relacionado aos valores culturais da sociedade na qual está inserido.
Sendo que os programas educacionais exprimem o nível cultural os quais se deve
adquirir na trajetórias da educação formal.
Para facilitar o entendimento pode-se aplicar a expressão educação
bancária, que foi proposta por Paulo Freire(1975), que é a tipologia
que mais se aproxima do que se entende por ensino nesta abordagem), ou seja,
uma educação que se caracteriza por “depositar” no aluno, conhecimentos,
informações, dados, fatos, etc.
Pode-se afirmar também que as
tendências englobadas por este tipo de abordagem possuem uma visão
individualista do processo de educação, não propiciando ao indivíduo liberdade
criação.
Conhecimento: Parte-se do pressuposto de que a inteligência, ou qualquer
outro nome dado à atividade mental, seja uma faculdade capaz de acumular e
armazenar informações. Evidenciasse o caráter cumulativo adquirido pelo
indivíduo por meio de transmissão. Além disso existe uma preocupação com o
passado que é tido como modelo a ser imitado como lição para o futuro.
Educação: A abordagem tradicional é caracterizada pela concepção de
educação como um produto, já que os modelos a serem alcançados são
pré estabelecidos. Trata-se, da transmissão de ideias selecionadas e
organizadas logicamente.
Este tipo de concepção de educação é
encontrado em vários momentos da história permanecendo atualmente sob
diferentes formas.
Escola: A ênfase é dada às situações em sala de aula, onde os
alunos são “instruídos” e “ensinados” pelo professor.
A maioria das criticas feitas a esse
tipo de ensino, é por causa da sua forma de intervenção onde somente o
professor tem o direito de faze-la, limitando-se a fornecer receituários.
Professor - Aluno: O papel do professor é basicamente o de transmitir certos
conteúdos que são predefinidos e constituem o próprio fim da existência
escolar. Pede-se ao aluno a repetição automática dos dados que a escola
forneceu ou a exploração intelectual dos mesmos. O professor exerce o papel
mediador entre o aluno e os modelos culturais. Simplificando pode-se dizer que
o professor é o agente e o aluno o ouvinte.
Metodologia: O professor já traz o conteúdo pronto e o aluno se limita
passivamente à escutá-lo. A didática tradicional quase que poderia ser resumida
em: “dar a lição” e “tomar a lição”.
A utilização frequente do método
expositivo, pelo professor, como forma de transmissão de conteúdo, faz com que
muitos concebam o magistério como uma arte centrada no professor.
Avaliação: A avaliação é realizada predominantemente visando a
exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula. Pode ser feita
através de chamadas, exames, provas orais, exercícios,
ABORDAGEM
COMPORTAMENTALISTA
Esta abordagem é caracterizada pelo
primado do objeto (empirismo). O conhecimento é uma “descoberta” e é nova para
quem a faz.
Na abordagem comportamentalista a
experiência é a experimentação planejada como base no conhecimento.
Os modelos de ensino são desenvolvidos
a partir da análise dos processos por meio dos quais o comportamento humano é
modelado e reforçado.
O conteúdo transmitido visa objetivos e
habilidades que levam a competência.
O aluno é considerado como um recipiente de
informações e reflexões.
Homem: O homem é consequência das influências ou forças do meio
ambiente.
Mundo: A realidade para Skinner é um fenômeno objetivo; o mundo
já é construído e o homem é produto do meio. O meio pode ser manipulado, sendo
que o comportamento, por sua vez pode ser mudado modificando-se as condições
das quais ele é uma função, ou seja, alterando-se os elementos ambientais. O
meio seleciona.
Sociedade - Cultura: Para Skinner o ambiente social é o que chamamos de uma
cultura, e por sua vez esta é quem da forma e preserva o comportamento dos que
nela vivem.
A cultura é entendida como espaço experimental utilizado no
estudo do comportamento. É um conjunto de contingências de reforço.
Qualquer ambiente, físico ou social,
deve ser avaliado de acordo com seus efeitos sobre a natureza.
Conhecimento: A base do conhecimento é a experiência planejada. Além
disso faz-se clara a orientação empirista dessa abordagem: o conhecimento é o
resultado direto da experiência.
Educação: A educação, está intimamente ligada a transmissão
cultural.
A educação segundo essa abordagem
deverá transmitir conhecimentos, assim como comportamentos éticos, práticas
sociais, habilidades considerada básicas para a manipulação e controle do
mundo/ambiente (cultural, social etc.)
Esse sistema educacional tem como finalidade
básica promover mudanças nos indivíduos, que implicam tanto em aquisição de
novos comportamentos quanto a modificação de comportamentos já existentes.
Escola: A escola deverá se adaptar de acordo com os comportamentos
que se deseja manter . Cabe a ela portanto manter, conservar e em parte
modificar os padrões de comportamento aceito como úteis e desejáveis para uma
sociedade, considerando-se em determinado contexto cultural.
A escola está ligada a outras agências controladoras da
sociedade, do sistema social bem como governo, política, economia, etc.
Ensino - Aprendizagem: Os comportamentos nos alunos serão instalados e mantidos
por condicionantes e reforçadores arbitrários tais como: elogios, graus, notas,
prêmios, reconhecimentos do mestre e dos colegas, prestígio, etc.
O ensino para Skinner corresponde ao arranjo ou à disposição de
contingências para uma aprendizagem eficaz.
Professor - Aluno: Aos educandos caberia o controle do processo de
aprendizagem, um controle científico da educação.
Na abordagem comportamentalista o professor teria a
responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema ensino- aprendizagem, de
tal forma que o desempenho do aluno seja maximizado.
O aluno é considerado como um recipiente de informações e
reflexões.
Metodologia: É uma categoria inovadora nesta abordagem, pois aqui se
incluem a tecnologia educacional, e estratégias de ensino e o reforço no
relacionamento professor -aluno.
A instrução individualizada através das
máquinas de ensino livraria o professor até certo ponto, e respeitaria as
características individuais de cada aluno.
Avaliação: A avaliação na abordagem comportamental consiste em
constatar se o aluno aprendeu e atingiu seus objetivos propostos quando o
programa foi conduzido até o final de forma adequada.
O ensino “centrado” no aluno é derivado
da teoria, também Rogeriana, sobre personalidade e conduta
ABORDAGEM HUMANISTA
Essa abordagem também dá ênfase a
relações interpessoais e ao crescimento que desta resulta, centrado no
desenvolvimento da personalidade do indivíduo, dos seus processos e organização
pessoal da realidade em sua capacidade de atuar como uma pessoa integrada.
Homem: O homem é considerado como uma pessoa situada no mundo. É
único, quer em sua vida interior quer em suas percepções e avaliações do mundo.
O objetivo último do ser humano é a
auto realização ou uso pleno de suas potencialidade e capacidades.
O homem não nasce com um fim
determinado, mas goza de liberdade plena e se apresenta como um projeto
permanente e inacabado.
Mundo: É um fenômeno subjetivo, pois o ser humano reconstrói em si
o mundo exterior, partindo da sua percepção, recebendo os estímulos, as
experiências, atribuindo-lhes significado.
O mundo é algo construído pelo homem
diante de si mesmo.
Sociedade-Cultura: A única autoridade necessária aos indivíduos é a de
estabelecer qualidade de relacionamento interpessoal.
Conhecimento: A experiência pessoal subjetiva é o fundamento sobre o
qual o conhecimento é construído, no decorrer do processo de
Homem: O homem é considerado como uma pessoa integral.
ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL
Tem como principal inspirador Paulo
Freire.
Surge em um contexto pós segunda guerra
mundial e se liga a problemática da democratização da cultura.
Homem e Mundo: Segundo Paulo Freire, o homem é o sujeito da educação.
Evidência se uma tendência interacionista, já que há interação
homem mundo, sujeito objeto, é imprescindível para que o ser humano se
desenvolva e se torne sujeito de sua práxis.
O homem chegara a ser sujeito através da reflexão sobre o meio
ambiente concreto.
O homem é um ser situado no mundo e com o mundo, portanto não
pode ser avaliado sem que seu contexto de inserção no mundo seja avaliado.
Sociedade - Cultura: O homem cria a cultura na medida que vem se integrando nas
condições de seu contexto de vida.
A história consiste nas respostas dadas pelo homem à natureza,
aos outros homens, às estruturas sociais, e na sua tentativa de ser
progressivamente cada vez mais o sujeito de sua práxis, ao responder aos
desafios de seu contexto.
Conhecimento: A elaboração e o desenvolvimento do conhecimento estão
ligados ao processo de conscientização.
Educação: O homem nessa abordagem é o sujeito da educação pois ela
se dá através da reflexão sobre o homem e pela análise do meio de vida desse
homem concreto.
O homem não participara ativamente da
história, da sociedade, da transformação da realidade, se não tiver condições de
tomar consciência da realidade e, mais ainda da sua própria capacidade de
transformá-la.
A educação se dá enquanto processo,
em um contexto que deve necessariamente ser levado em consideração.
Nessa abordagem a educação é um fator
de suma importância na passagem das informações mais primitivas de consciência
para a consciência crítica, que por sua vez não é um produto acabado,.
Escola: Para Paulo Freire, a educação assume caráter amplo, não
restrita à escola em si e nem em um processo de educação formal. Caso a escola
seja considerada, deve ser ela um local onde seja possível o crescimento
mútuo, do professor e dos alunos, no processo de conscientização , o que
implica uma escola diferente da que se tem atualmente, com seus currículos e
prioridades.
Ensino -Aprendizagem: Uma situação de ensino - aprendizagem, entendida em seu
sentido global, deverá procurar a superação da relação opressor - oprimido.
Professor- Aluno: A relação professor - é horizontal e não imposta. Para
que o processo educacional seja real é necessário que o educador se torne
educando e o educado por sua vez , educador.
O homem assumirá posição de sujeito
de sua própria educação e, para que isto ocorra, deverá estar conscientizado do
processo: é portanto, muito difícil pretender participar de um processo
educativo que por sua vez, é processo de conscientização, a menos que seja
consciente de si e de tal processo.
Um professor que esteja engajado numa
prática transformadora procurará desmistificar e questionar, com o aluno, a
cultura dominante, valorizando a linguagem e cultura deste, criando condições
para que cada um deles analise seu contexto e produza cultura.
O professor procurará criar condições
para que, juntamente com os alunos a consciência ingênua seja superada e que
estes possam perceber as contradições da sociedade e grupos em que vivem.
Haverá preocupação com cada aluno em
si, com o processo e não com produtos de aprendizagem acadêmica padronizados.
Metodologia: Tema Gerador que objetiva explicitar o pensamento do homem
sobre a realidade e a sua ação sobre ela, o que constitui a práxis.
Características básicas: ser
ativo; dialógico;
Conclusão
O fundamento da
Psicopedagogia é o estudo e atuação junto ao sujeito em processo de
aprendizagem. É um campo do conhecimento que se propõe a integrar, de modo
coerente, conhecimentos e princípios com a meta de adquirir uma ampla
compreensão sobre os variados processos do aprender humano. É uma atividade
ampla e complexa, que exige do psicopedagogo conhecimento interdisciplinar que
o torna capaz de atuar na compreensão da aprendizagem e do desenvolvimento,
contribuindo para que cada um, a partir de sua originalidade, aprenda a ser, a
conhecer, a fazer e a conviver.
O Psicopedagogo
deve ser um profissional com conhecimentos multidisplinares, pois em um
processo de avaliação diagnóstica, é necessário estabelecer e interpretar dados
em várias áreas, dentre elas, auditiva, visual, motora,intelectual,cognitiva,
acadêmica, e emocional.
O conhecimento
destas áreas fará com que o profissional compreenda o quadro diagnóstico do
aprendente e favorecerá escolha da metodologia adequada.
Nesta pesquisa,
pude constatar que a figura do psicopedagogo, deve estar sempre pronto a
entender as dificuldades de aprendizagem, com um amplo conhecimento teórico,
muito amor e muito carinho, para estender as mãos e iluminar caminhos do
conhecimento.
Os cursos de
Psicopedagogia foram surgindo ao longo deste período até os dias atuais e este
crescimento não pára de acontecer, o que indica uma grande procura por esta,
que pode desbravar caminhos para o conhecimento e superar desafios de
aprendizagens.
Para Bossa (2000,
p. 30), a psicopedagogia é entendida com uma área de aplicação que antecede o status de área de estudo, delimitar o
seu campo de atuação, e para isso, recorrer à Psicologia, Psicanálise e a
Pedagogia.
È uma área de conhecimento multidisciplinar, que interessa compreender como ocorrem os
processos de aprendizagem e entender as possíveis dificuldades, situadas neste
movimento, mais importante interagir e
.
Existe em nosso
país há 13 anos a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) que dá um
norte a essa profissão. Ela é responsável pela organização de eventos, pela
publicação de termos relacionados à Psicopedagogia, cadastros dos
profissionais.
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