terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

MUTISMO

PESQUISA REALIZADA EM ESCOLA MUNICIPAL ano 2014. CURSO PSICOMOTRICIDADE MARIA DE FÁTIMA VOLPIANI CARNELÓS MUTISMO Lendo um artigo sobre mutismo, pude identificar e associar um transtorno de uma aluna, no qual eu trabalho reforço, individualmente, todos os dias na escola onde atuo. O Mutismo é um transtorno acomete crianças de todas as idades, caracteriza-se por uma incapacidade da criança falar em alguns locais (escola, festas, rua), em algumas situações e com algumas pessoas, inclusive da própria família. Essas crianças compreendem a linguagem e são capazes de falar com toda normalidade em lugares onde se sentem seguros e confortáveis, como por exemplo, em casa e com pessoas do seu círculo mais íntimo, tais como, pais e irmãos. O fato de não falar em determinadas situações não significa que estão querendo chamar atenção ou controlar o ambiente, mas sim demonstrar o grau de ansiedade e vergonha que sofrem, e essas emoções as inibe de falar e expressar seu comportamento não verbal. Apresentam dificuldade em olhar nos olhos, dificuldade em sorrir, de se expressar em público, em comer na escola. A percepção dessas crianças é que estão sendo observadas constantemente, e seus movimentos, por vezes ficam paralisados, quando estão sendo avaliadas. Esse transtorno é encontrado em menos de um por cento dos indivíduos vistos em contextos de saúde mental, observamos no contexto clínico, uma incidência cada vez maior no Brasil. As causas podem ser encontradas: 1- Herança genética, apresentam predisposição genética a experimentar sintomas de ansiedade que é exacerbada por condições estressantes ou hostis. 2- Traços de temperamento, como: vergonha, timidez, preocupações excessivas, evitação social, medo, apego e negativismo. 3- Interações familiares, o mutismo é mantido na presença de familiares, tais como: relação simbiótica, dependente e controladora entre mãe e filho, mães deprimidas e passivas. Possuem inteligência preservada, normalmente acima da média. O transtorno geralmente surge antes da idade de cinco anos, na fase pré escolar e o grau de persistência varia de poucos à muitos anos e quando não tratados podem desenvolver na adolescência uma fobia social grave. As pesquisas indicam que a doença pode aparecer espontaneamente, mas em geral, quando não tratada se torna crônica e altamente resistente a qualquer tipo de tratamento. O mutismo é COGNITIVO-COMPORTAMENTAL, pois combina técnicas que vão auxiliar a criança a manifestar a fala e a desenvolver habilidades sociais importantes nessa fase da vida. O tratamento precisa envolver a família, a escola, que a criança estuda e o próprio paciente. ALGUMAS ESTRATÉGIAS A criança não deve ser forçada a falar. Os pais devem elaborar formas alternativas de comunicação, como cartões ou gestos. Não devem permitir que outras pessoas respondam par criança. Solicitar gradualmente a exposição oral da criança. Reforçar a criança todas as vezes que houver um aumento no comportamento verbal da criança. O tipo de reforço precisa ser de preferência da criança, elogios, abraços, doces preferidos. Encorajá-las sempre que possível, ir comprar pão ou jornal, cumprimentar pessoas. Evitar que a criança seja o centro das atenções. Identificar a compatibilidade de amigos para jogar ou brincar. Utilizar a dessensibilização sistemática. Por exemplo, usar um reforço quando a criança sussurrar uma palavra e gradualmente aumentar a exposição até a criança dizer uma palavra em volume normal para algum estranho. Planejar passeios em família. ESTRATÉGIAS QUE DESEM SER UTILIZADAS PELO PROFESSOR Permitir que a criança se comunique não verbalmente no início, para depois utilizar a comunicação oral; Não permitir que outros amigos respondam pelo aluno. Solicitar gradualmente a exposição oral da criança. Se possível colocar as mesas em forma de grupos. Reforçar positivamente interações faladas ou não. Os reforços precisam ser positivos e significativos par a criança, verbal ou escrito. Encorajá-las sempre que possível, fazer pequenas solicitações ou cumprimentos a pessoas estranhas. Ex. pegar ou entregar material fora da sala. Os professores devem sempre que possível tentar iniciar conversas fora da presença de outros alunos, devem tentar também, não colocar a criança com sendo o centro das atenções, pois isso aumenta a ansiedade da criança. Não estabelecer comparações com outros companheiros. Não permitir que os demais colegas o insultem, intimidem ou riem dele. Estimular e envolver os colegas para que o ajudem e para que participem nas sessões de intervenção. Todas essas informações foram de suma importância para analisar uma menina de oito anos que trabalho no reforço. O que me deixa mais feliz e satisfeita, que mesmo sem saber com detalhes sobre o mutismo, meu trabalho foi direcionado nessas considerações acima descritas. Confesso que após a leitura pude compreender melhor tamanha timidez, e que a prejudicava na alfabetização. Hoje com dois meses de trabalho, em grupo, com apenas três crianças, a menina já consegue ler e escrever palavras menos complexas e seu rosto que não apresentava movimentos.Hoje já sorri, fala, e se soltou paulatinamente. Mediante essa pesquisa, a tendência é concluir sua alfabetização e melhorar sua socialização. Sem saber, reforçava alegremente, a trajetória e seu aprendizado,caminhando com e inserindo paulatinamente novas palavras que pudessem fazer com que ela pudesse perceber que pode aprender, como os demais educandos.

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